Quem consegue acreditar que o exame de ecocardiograma consiga realmente medir o volume de sangue que é ejetado pelo ventriculo esquerdo na aorta?
Primeiro iremos relatar as bases conceituais e como obter pela ecocardiografia o VOLUME SISTÓLICO, O DÉBITO CARDÍACO E O ÍNDICE CARDÍACO e depois comentaremos sobre a sua "fragilidade"...
1) VOLUME SISTÓLICO DO VENTRÍCULO ESQUERDO : podemos também chamar este volume de volume sistólico ejetado , apenas lembrando que em condições onde existam a presença de uma valva mitral incompetente ( insuficiência mitral ), o volume sistólico será o somatório do volume de sangue que foi ejetado na aorta ( anterógrado ) com o volume de sangue que foi ejetado no átrio esquerdo ( retrógrado ). Como fazer então para calcular o volume de sangue que foi ejetado na aorta? Vamos imaginar que a nossa aorta torácica seja um "cilindro" e para que consigamos saber qual foi o volume ejetado neste cilindro, vamos precisar da "área da base do cilindro" e a "altura do cilindro". Para obtermos a área do cilindro precisamos obter o "diâmetro da via de saida do VE", que é a base do cilindro . A área da base do cilindro é : Dvsve² x 0,785. Para calcularmos a altura do cilindro teremos que obter a integral de velocidade ( TVI ) obtido no mesmo local aonde foi realizado a medida do diâmetro da via de saida do VE ( base do cilindro ). Como fazer isto? Colocamos então o "volume de amostra" na via de saída do VE ,utilizando o corte Apical 5C , e usando o Doppler pulsado ( PW ), obteremos a curva espectral desta região. Vamos planimetrar toda a curva de fluxo e assim obteremos o valor de TVI ( em "cm" ou "mm" ). Pronto agora é só montar a nossa fórmula:
VOLUME SISTÓLICO = área do cilindro x altura do cilindro
VOLUME SISTÓLICO = Diâmetro VSVE² x 0,785 x TVI vsve
2) DÉBITO CARDÍACO : sabemos que ao obtermos o volume sistólico ( volume ejetado na aorta ) e multiplicarmos este volume pela frequencia cardíaca de nosso pacientes obtermos assim o DÉBITO CARDÍACO.
DÉBITO CARDÍACO = VOLUME SISTÓLICO X FREQUÊNCIA CARDIACA
DÉBITO CARDÍACO = Diâmetro VSVE² x 0,785 x TVI vsve x Frequência Cardíaca
3) INDICE CARDÍACO : sabemos que para obtermos o INDICE CARDÍACO , teremos que dividir o DÉBITO CARDÍACO obtido pela ASC ( área de superfície corporal ).
INDICE CARDÍACO = Diâmetro VSVE² x 0,785 x TVI vsve x Frequência Cardíaca / ASC
Infelizmente nem tudo parece assim tão simples. Observe que se nos pedirmos para 3 ecocardiografistas diferentes medirem o diâmetro da via de saida do ventriculo esquerdo, com certeza cada um obterá um valor diferente, e observe que o equívoco será ainda mais importante, pois este diâmetro obtido da via de saida do VE, será elevado ao quadrado para obtermos a área da via de saída do VE.
Outro grande problema é na hora de obtermos a integral de velocidades na via de saida do VE. Se observarmos com calma o mapeamento colorido na via de saida, nos veremos que existem várias velocidades diferentes nesta região, velocidades mais baixas próxima a valva mitral e velocidades mais altas próximo da porção basal do septo, ou seja , em nenhum ponto que eu coloque o volume de amostra eu não irei obter uma velocidade que seja "representativa" desta região. ATENÇÃO : Se eu colocar o volume de amostra na região da via de saida, porém posicionado mais próximo do septo , a minha TVI será maior, logo teremos um volume de sangue maior , ao contrário, se nós colocarmos o volume de amostra na região da via de saida, porém posicionado mais próximo a valva mitral a minha TVI será menor, logo teremos um volume de sangue menor.
LOGO , vamos realizar estas medidas sempre com muito cuidado e lembrar sempre que existem vários fatores que influenciam nos valores por nós obtidos.
VOLUME SISTÓLICO = área do cilindro x altura do cilindro
VOLUME SISTÓLICO = Diâmetro VSVE² x 0,785 x TVI vsve
2) DÉBITO CARDÍACO : sabemos que ao obtermos o volume sistólico ( volume ejetado na aorta ) e multiplicarmos este volume pela frequencia cardíaca de nosso pacientes obtermos assim o DÉBITO CARDÍACO.
DÉBITO CARDÍACO = VOLUME SISTÓLICO X FREQUÊNCIA CARDIACA
DÉBITO CARDÍACO = Diâmetro VSVE² x 0,785 x TVI vsve x Frequência Cardíaca
3) INDICE CARDÍACO : sabemos que para obtermos o INDICE CARDÍACO , teremos que dividir o DÉBITO CARDÍACO obtido pela ASC ( área de superfície corporal ).
INDICE CARDÍACO = Diâmetro VSVE² x 0,785 x TVI vsve x Frequência Cardíaca / ASC
Infelizmente nem tudo parece assim tão simples. Observe que se nos pedirmos para 3 ecocardiografistas diferentes medirem o diâmetro da via de saida do ventriculo esquerdo, com certeza cada um obterá um valor diferente, e observe que o equívoco será ainda mais importante, pois este diâmetro obtido da via de saida do VE, será elevado ao quadrado para obtermos a área da via de saída do VE.
Outro grande problema é na hora de obtermos a integral de velocidades na via de saida do VE. Se observarmos com calma o mapeamento colorido na via de saida, nos veremos que existem várias velocidades diferentes nesta região, velocidades mais baixas próxima a valva mitral e velocidades mais altas próximo da porção basal do septo, ou seja , em nenhum ponto que eu coloque o volume de amostra eu não irei obter uma velocidade que seja "representativa" desta região. ATENÇÃO : Se eu colocar o volume de amostra na região da via de saida, porém posicionado mais próximo do septo , a minha TVI será maior, logo teremos um volume de sangue maior , ao contrário, se nós colocarmos o volume de amostra na região da via de saida, porém posicionado mais próximo a valva mitral a minha TVI será menor, logo teremos um volume de sangue menor.
LOGO , vamos realizar estas medidas sempre com muito cuidado e lembrar sempre que existem vários fatores que influenciam nos valores por nós obtidos.
Excelente colocacao, amigo Ronaldo. Alem disso, devemos lembrar que os pacientes que mais necessitam de medida do volume sistolico e indice cardiaco sao pacientes com uma maior gravidade, que encontram- se no CTI. Sendo assim, a posicao do paciente para a realizacao do exame he desfavoravel, prejudicando a analise devido a uma janela acustica inadequada. Grande abraco. Felix
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